Quando convidei meu neto Arthur para um passeio ao anoitecer, ele prontamente aceitou e me comunicou: “Não vou no carrinho. Já cresci. Vou de bicicleta.” Depois de andarmos alguns metros lado a lado, exclamou, triunfante: “Você não tem uma bicicleta cololida igual à minha! Você é grande. Quando você ficar pequenininha, eu deixo você andar na minha. Quer? Você vai gostar.”
Provavelmente, Arthur não se lembrará desse passeio nem de suas primeiras reflexões sobre a finitude da vida. Eu certamente não andarei na bicicleta colorida. Mas nunca me esquecerei da lição eternizada nesse curioso caso de celebração do amor.
Maria Mortatti – 16.12.2023
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*Alusão ao título do filme O curioso caso de Benjamin Button (2008), de David Fincher, e o conto homônimo de 1922, de Scott Fitzgerald.