Pesquisar neste Blog

VIDA CACOFÔNICA


Nunca quis ser professora. Foi acidente de percurso. Ela tinha outros planos para mim. O recado me foi dado pela dona das gentes. Ouvi da boca dela: “Fé demais! É um futuro promissor!” Estendeu-me uma mão. Já que tinha começado, continuei. Não adianta pôr a culpa nela. Fi-lo porque qui-lo. Por cada passo, paguei com excelência. Ó alma minha, desculpe, então! Ouça agora meu heroico brado: “Vou-me já!’ É hora de recolher os cacos e encarar os fatos flatos e as frases feitas. Antes que seja tarde demais. Cacofonia não é destino. Hei de corrigir vícios de linguagem e desvios de rota. A poesia há de me salvar.  

Maria Mortatti – 19.03.2022