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DESLOCADA

Neste Dia do Escritor, estou deslocada. NAO passei o dia escrevendo. NAO escrevi sobre o ofício de escrever, nem sobre o de formação dos que leem o que os escritores escrevem. Enquanto NAO escrevia, lembrava de meu escritório, meu computador, meus cadernos de anotações, minha biblioteca  e os escritores que me formaram como leitora, a paixão pela literatura que em mim despertaram e suas marcas indeléveis no que escrevo, sempre com o desejo de que também possa tocar leitores e neles despertar a paixão pela literatura e pela vida.

São muitos os meus amores literários. Todos encantadores. É impossível nomear cada um ou escolher os melhores. Para representá-los na homenagem deste dia, escolho o poeta a quem a "mulher umedecida" oferece, dedica e consagra seu livro. A ele e a ela agradeço pelo bem que me fizeram/fazem como mulher-escritora-poeta e pelo encanto sempre renovado que me proporcionam como leitora de sua história de amor sem começo nem fim, sem fim nem começo.

Deslocada, mas não amordaçada. Antes do fim do dia, deu tempo de ao menos retomar e confirmar o que escrevi há um ano, como esperança de dias mais fecundos. Porque "ser escritor é não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira" (Drummond). 

Apenas temporariamente deslocada. Porque estou viva e a poesia me salva sempre.

Maria Mortatti - 25.07.2020 - 23h50/ 25.07.2021 - 23h50