22 de agosto foi Dia do Folclore e de minha cidade natal, Araraquara. Em quintais, ruas e praças da infância brinquei de roda, cantando uma das mais lindas cantigas do folclore brasileiro: “Se essa rua fosse minha...”. Depois aprendi a tocá-la ao piano, cantei-a em coral, ouvi-a em diferentes adaptações, cantarolei em muitos momentos e com ela ninei minha filha. O tempo passou, e a cantiga continuou/continua me encantando, com a beleza da melodia e da imagem do “anjo que roubou meu coração”, também uma das inspirações para o livro “Mulher umedecida” (Scortecci, 2020).
E hoje, por um desses acasos (pouco casuais, certamente) da memória afetiva, quando retomava meu artigo “O caderno de Daniella: esboço de uma autobiografia intelectual”*, recordei-me da época de professora no CEFAM-Campinas, no final da década de 1980, e de Daniella Gramani, aluna querida, por meio de quem conheci seu pai, o grande maestro campineiro, José Eduardo Gramani. Então me lembrei de seu belo arranjo da década de 1990, para a cantiga na interpretação de Ana Salvagni, com Lara Ziggiatti Monteiro no violoncelo.
Por meio dessa cantiga/arranjo/interpretação no vídeo abaixo (de show dedicado ao maestro Gramani), compartilho aqui a síntese de minhas melhores memórias afetivas (araraquarenses, campineiras, prudentinas, paulistanas, marilienses) deste domingo e dos últimos tempos.
Maria Mortatti – 23.08.2020