Almas pequenas
não são penadas
nem desalmadas.
São só quase-nada,
de formas alheadas
em mentes naufragadas
nos abismos do Bojador.
Cantemos, então,
com as almas grandes
que valem a pena,
amam pessoas,
ousam passar
além da dor,
cruzar o mar,
provar seu sal
e, apesar das lágrimas,
contemplar o céu
que nele se espelha.
Maria Mortatti - 15.07.2020 - 01h30
(Este poema é inspirado em "Mar português", de Fernando Pessoa, e integra a série "Meditações", de Maria Mortatti, inédita em livro.)