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O RELEASE / MARIA MORTATTI

Depois de digitar algumas palavras no teclado do notebook – letra a letra, uma cor para cada palavra –, feliz da vida com o resultado na tela, o menino – dois anos e meio de idade – envolveu-se com um cubo mágico sobre a cama ao meu lado. Voltei então ao release que estava escrevendo, antes de ele ocupar minha cadeira.

– O que você está vendo, vovó?

– Estou escrevendo. É um release. 

Fez um muxoxo e emendou:

–  Não gosto de “xilise”. Gosto de letra... Posso escrever de novo Arthur, Maria, ovo, avião, banana, pato...?

Assim foi a tarde. O arquivo do menino já está com umas 100 páginas. Meu release, com apenas uma. Terminei agorinha. Assim que a cadeira ficar vaga, vou conferir de novo, minuciosamente, para ver se nenhum ovo foi parar no ninho errado... 

Enquanto espero, divulgo este informativo – digitado no tecladinho do celular – de uma tarde de férias de inverno. Só para constar que é difícil, mas não impossível – esse é nosso refrão – registrar  a quatro mãos as irrepetíveis  miudezas da vida e saboreá-las...

Maria Mortatti – 17.07.2023