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São muitas as bibliotecas que me acolheram, onde me refugiei em momentos bons e ruins, onde estudei e pesquisei, onde aprendi a amar os livros, a leitura, a literatura, a ciência, o conhecimento. São tantas, que nem cabem neste texto. Registro apenas algumas públicas e universitárias que representam momentos decisivos de minha formação intelectual e estética e atuação profissional: Biblioteca Pública Municipal "Mário de Andrade”, de Araraquara/SP; Biblioteca da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara (Unesp); Biblioteca da Faculdade de Educação e Biblioteca do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp; Biblioteca da Unesp, campus de Presidente Prudente e campus de Marília; Biblioteca Mário de Andrade de São Paulo - capital; Biblioteca Nacional do Brasil.
Habitei essas e tantas outras. E elas continuam me habitando. Vez ou outra procuro um livro que sei que li, mas não o encontro em minhas estantes. Então me lembro em que estante de que biblioteca estava, em que momento esteve em minhas mãos, por que o li, o que senti. Não posso ter todos e cada um deles de novo comigo. Mas, nos livros que escolhi e me escolheram para ficar para sempre ao meu lado, pulsam os de todas as bibliotecas que contribuíram para minha formação como mulher, leitora, poeta, escritora, professora, pesquisadora.
Elas continuam me acolhendo, também como autora. Meus livros estão no acervo daquelas e de muitas outras bibliotecas públicas e universitárias brasileiras, além da SciELO - Scientific Electronic Library Online, da Biblioteca Nacional do Brasil e da Biblioteca do Congresso (EUA). Lá estão meus livros publicados desde o primeiro Leitura, literatura e escola (Martins Fontes, 1989), até os mais recentes, entre eles Os sentidos da alfabetização (Editora Unesp, 2a. ed., 2021) e Mulher emudecida (Scortecci, 2021). E meus livros eletrônicos estão disponíveis em bibliotecas digitais e base de dados on-line, circulando na “biblioteca sem muros”. Espero que com eles – frutos também de minha formação leitora – eu possa contribuir para a formação humana de outros leitores que os acolham mesmo em tempos e lugares em que não poderei estar. Essa é minha melhor forma de agradecimento e retribuição.
Que as bibliotecas tenham vida longa e todos possam habitá-las e ser por elas habitados!
Maria Mortatti - 09.04.2023
09 de abril - Dia Nacional da Biblioteca
