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PRIMA PATRIA



21.02 – DIA DO IMIGRANTE ITALIANO - GIORNATA DELL'IMMIGRATO ITALIANO (IN BRASILE)*

Com o poema "Prima patria" homenageio meus avós e bisavós italianos de sobrenomes Mortatti, Longo, Santoro, oriundos de Cosenza – Spezzano Albanese – Calabria; e Abramo, de Torraca - Salerno – Campania. No ambiente familiar de minha infância e juventude araraquarenses, o dialeto calabrês - principalmente - era usado pelos adultos para xingamentos ou conversas sobre assuntos que consideravam impróprios para crianças ou outros "curiosos". O pouco que aprendi de italiano naquela época foram alguns palavrões recorrentes entre eles, que sei pronunciar, mas ainda não consegui saber como se escrevem; com minha avó paterna, Josephina, aprendi os versos mnemônicos sobre meses do ano ("Trenta giorni ha novembre") e a tradução da letra de canções como "Dio come ti amo" e "Io che amo solo te". Foi no final da década de 1990, quando obtive a cidadania também italiana, como descendente de Orazio Michelangelo Longo (avô materno), que decidi aprender o idioma de minha "prima patria".
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Prima Patria**
Maria Mortatti
(Per tutti i morti che vivono in me)
Dove è la multitudine
che urla,
che piange,
che riempie la mia mente
con domande secolare
a cui non possono più rispondere?
Dove sono tutti quelli
che hanno lasciato
le mie risposte
d’attraverso l’Atlantico,
che hanno dato vita
al mio corpo
ma hanno imposto
il esilio all’anima?
Dove sono le voci perdute,
nel silenzio che grida?
Dov’è il mio territorio sommerso?
Dov’è la mia prima patria?
“Va, pensiero, sull’alli dorate.”***
[02.01.2012]



MARIA MORTATTI - 21.02.2021
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* “Instituído em 2008 para homenagear o maior movimento migratório internacional da história do Brasil. Essa data foi escolhida para relembrar a chegada em Vitória (ES) do navio La Sofia, em 21 de fevereiro de 1874, que ficou marcado simbolicamente como o início do processo de migração em massa de italianos para o Brasil.”

** Esse poema integra meu livro (inédito) PRIMA PATRIA, com poemas em italiano e outros idiomas.

***Verso da ópera "Nabucco", de Verdi.

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Foto da esquerda:
O casal Giorgio Mortati e Giuseppina Santoro Mortati, com os sete dos 11 filhos. 
Sem data. Presumivelmente da década de 1910.
Meu pai, Vinício (1919-1995), e meu tio Osvaldo não estão na foto; o décimo e o décimo-primeiro filhos.

Foto da Direita:
Angela Maria Abramo Longo, com os filhos (da esquerda para a direita): Raphaela, Rosina (minha mãe) e Antonio 
Sem data. Presumivelmente 1934
Fonte: Acervo pessoal de Maria Mortatti